Ao longo do tempo do tempo eu, EDUARDO CANDIDO e CESAR VIEIRA ouvíamos Música Eletrônica e observamos a sua evolução e a transição ao digital. Vimos a demanda popular simpatizar-se e ao mesmo tempo crescer com essa nova forma de áudio. Não importando sua classificação a Música Eletrônica têm se portada como um desenvolvimento de si própria.
Vimos conflitos de eras acontecerem, vivemos a passagem da digitalização do som e a tecnologia de amostragem (sampler) atingir a si mesma como transformadores andróides de compositores.
“Se a música digital é para ser apreciada, então há uma necessidade urgente do desenvolvimento dos ouvidos algorítmicos. Um ouvido biotécnico, operando no nível sub-humano, e surfando através da paisagem-mídia, flutuando no mundo digital dos sons virtuais.”
Ao longo de tudo somente uma coisa podemos concluir:
Análoga ou digital, eletrônica ou acústica, não importa, o fato é que não vivemos sem música. Ela nos preenche em espaços vazios, nos transportando por mundos nunca dante navegados.
Assim, mesclando essas percepções e tecnologia, temos algumas perspectivas futuras para o desenvolvimento de uma arte realmente viva e interativa: A MÚSICA ELETRÔNICA.
…e qualquer resquício de intolerância com este novo tipo de arte é apenas mero preconceito.
HISTÓRIA:
Em 1986, Eduardo Candido e Cesar Vieira fundaram o projeto musical TECHNO.I.Z., naquela época, não se produzia música, o enfoque era voltado para a experimentação eletrônica com sintetizadores, verdadeiros ruídos com pulsações rítmicas, usando para isto toda uma parafernália eletrônica que produzia som. Todos os trabalhos eram desenvolvidos em cima de temas técnicos – filosóficos, onde se ressaltava a tecnologia e a temática da evolução humana com as máquinas. Após os sons serem registrados em fitas k7, formavam um arquivo de verdadeiros trabalhos eletrônicos científicos de experimentações sonoras, conseguidos com muita experimentação, ligações complexas, canais e aparelhos queimados.
Depois dos trabalhos em tapes, observaram que muitas músicas e mesmos trabalhos inteiros tinham uma linhagem filosófica e enfoques um pouco fora do propósito do T.I.Z. e então Eduardo Candido decidiu fundar em 1990 um outro projeto, o ELEKTRONISCHE, que passaria a trabalhar com música eletrônica de uma forma diferente, voltada para o intuitivo, o imaginário, o mistério, numa linhagem mais introspectiva, onde temas científicos e religiosos se misturam com uma música progressiva, ora soando como New Age e/ou Etherial, ora como eletrônico.
Em 1991, O T.I.Z. passa a desenvolver novos trabalhos a partir dos arquivos das velhas fitas. Batizada de 2ª fase, pois foram apenas reformulações de trabalhos antigos para “tirar” um pouco da experimentação e transformá-las em trabalhos mais acessíveis.
A partir do ano de 93, Eduardo Candido e Cesar Vieira começaram a trabalhar com o techno e ritmos dançantes. Houve uma nova revolução no T.I.Z., novos trabalhos começaram a ser compostos nesta nova linhagem, uma outra forma de fazer música. E. Candido toma a frente dos sintetizadores, todas as composições e arranjos, enquanto C. Vieira parte para a criação e arte final das capas das fitas, divulgação dos projetos e contatos.
Estes foram anos bem produtivos, com novos e vários trabalhos reformulados.
Em 96, trocam o nome de TECHNO.I.Z. (TECHNO INTERFACE ZSENOIDAL) para a abreviação T.I.Z. ( TECHNICIANS OF INTERFACE & ZSENOIDAL).
No meio de 1998, Eduardo Candido produziu nove músicas no estilo Drum’bass, trabalho que foi batizado de “The $emiotic Kao$”, abordando as disparidades da economia mundial, este trabalho marca o nascimento de mais um projeto, o “The FX Project”.
Os anos de 1999 e 2000, marcam novas mudanças e perspectivas para o T.I.Z. e seus outros projetos. Em 99, foi a aquisição de dois computadores pelos seus integrantes, que começam a descobrir novas formas de se criar e produzir música eletrônica, e a mais importante, o nascimento do AUDIO SCIENCE EXPERIENCE, que será responsável em desenvolver trabalhos eletrônicos experimentais, coisa que nunca morreu dentro do T.I.Z., mas que agora ganha um canal próprio de inspiração, pesquisa e produção.
Em 2000 a Internet passa a ser uma das prioridades de divulgação dos projetos da dupla. Primeiro disponibiliza uma música de cada projeto no extinto portal MP3 Clube e estréia a sua Home Page na rede mundial de computadores. Em 2003 as homes são fechadas e depois de quatro anos fora da Internet, a dupla volta a disponibilizar músicas no portal brasileiro de música eletrônica Fiber on Line, recebendo grande aceitação de artistas e do público, no portal americano My Space, decidido a se tornar uma vitrine para o mundo e volta a ter uma home no portal da gravadora R.E.C. Music.
Foi entre 2000 e 2004 que a dupla produz os seus trabalhos mais conhecidos, como Digital Age, Die Computer, Futurist, Homo Digitalis. Industrial, Cloned e Virtual Tech Tube. Em 2007 é lançada Sequence • T.I.Z. Compilation Vol. 1, uma coletânea com músicas produzidas entre 2000 e 2006.
Atualmente dentro do projeto, Eduardo Candido trabalha como arranjador, sintesista, produtor bem como técnico nas gravações, mixagens e masterização. Cesar Vieira trabalhar mais com manipulações e programações eletrônicas de baterias e bass lines. Os temas e músicas são desenvolvidos por ambos.
Os projetos passam a contar com as participações especiais do vocalista e compositor Greg Terranova em algumas composições e também das vocalistas Andréia Holtzfahlen e Mary C.
Que ligam e se desligam dos trabalhos ao longo do tempo.
Em meados de 1990 E. Candido e C.Vieira criam a REC MUSIC um selo de música alternativa desenvolvido para abrigar e criarem seus próprios sons e projetos de Música Eletrônica.
Os projetos criados trabalham cada um em um tipo diferente de música eletrônica, outros flertam com a música acústica e elétrica-acústica, mas todos tem o mesmo propósito que é reproduzir música com elementos eletrônicos e sonoros diversos.
MÚSICA ELETRÔNICA: A ARTE DE FAZER MÚSICA COM RUÍDOS E SONS CAPTADOS E PRODUZIDOS SINTETICAMENTE E TRANSFORMÁ-LOS COM ELETRONICAMENTE PARA ATINGIREM O PROPÓSITO DESEJADO..